5/21/2015

Paulo Leminski: Aviso a los náufragos













ainda
confundo
felicidade
com este nervosismo







dai-me
a sabedoria de caetano
nunca ler jornais
a loucura de glauber
ter sempre uma cabeça cortada a mais
a fúria de décio
nunca fazer versinhos normais






a chuva vem de cima
correm
como se viesse atrás







Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exécito,
para conquistar um império extinto.





Ópera fantasma

Nada tenho.
Nada me pode ser tirado.
Eu sou o ex-estranho,
o que veio sem ser chamado
e, gato, se foi
sem fazer nenhum ruido






um salto de sapo
jamais abolirá
o velho poço






Paulo Leminski.
Aviso a los náufragos.
Calamus, 2006.





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